terça-feira, 30 de junho de 2009

Rapidinha

Nossa, é só dar uma bronca que todo mundo comenta. Muito bem! Continuem lendo, comentando e façam como a Tatá: coloquem nosso blog como página inicial!

Esse post ultra-rápido é para dizer que o verão aqui tá fueeeerte, que na quinta-feira vamos a Madrid e que criamos um quiz para todo mundo que tem Facebook. Quem tem, participe:

domingo, 28 de junho de 2009

Noche Loca

Devemos dizer que nenhum e vocês está merecendo post novo, já que só Sofia e James comentam ativamente no blog - e essa é a forma de sabermos se estamos sendo lidos ou não.

Enquanto os dois posts anteriores estão abandonados, não tem texto novo, mas tem o vídeo que fizemos no dia em que saímos em Alicante.

Assistam, se divirtam e comentem!


quinta-feira, 25 de junho de 2009

Tapa de espanhol não dói

Dando um tempo na avalanche de notícias sobre a morte de Michael Jackson, o post de hoje fala um pouquinho sobre cultura e pela primeira vez (se não me engano), sobre comida!

No dia 24 de junho, dia de São João, a cidade estava em festa. A diferença entre a festa brasileira e a espanhola é que aqui não vendem canjica. Brincadeira! As festas são completamente diferentes. Para quem imaginava encontrar pessoas vestindo xadrez, chapéu de palha e barraquinhas vendendo milho verde, canjica e paçoca... decepção! A comida típica (ou pelo menos a comida que vendem nas barraquinhas) é churros, que também existe em uma versão pacotinho-com-vários-churros-pequenos chamado de "porras" (o que ainda me rende risadas ao ler).



Roupas típicas não existem na festa daqui, embora na noite anterior a gente tenha testemunhado mulheres velhas vestidas de bruxa e não entendido bulhufas. Quando vimos pessoas pulando sete ondas, entendemos menos ainda. Primeiro, achamos que era como halloween. Depois, igual reveillon. O que diabos é isso, afinal?

Como bons jornalistas, apuramos e entendemos, enfim, o motivo de tudo. Há muitos e muitos anos, os pagãos utilizam o dia de San Juan para fazer a celebração anual deles, sob o pretexto de que estavam festejando o dia do santo. Assim, eles sobreviveram durante muito tempo sem que os católicos desconfiassem e queimassem todos vivos sob a acusação de bruxaria. Por isso, seria uma noite mágica, onde desejos costumam ser atendidos (daí as sete ondas) e onde o fogo e a água representam os elementos purificadores.

Dado isso, existem as famosas Hogueras, celebradas pelo país todo, muitas delas na noite do dia 23. As de Alicante são as mais famosas da Espanha e acontecem na noite do dia 24. Para ver isso, muita gente vem de outros lugares (e também para embebedar-se na praia). Lembram daquelas esculturas tão bonitas, mostradas pela Mina no post anterior? Pois é, elas são espalhadas por vários pontos da cidade e quando o relógio marca meia-noite, começam, pouco a pouco a fazer o seguinte:



Sim, os espanhóis, que parecem tão amáveis e simpáticos (tá bom, forcei a barra agora), queimam tudo! Tacam fogo nas esculturas e do fogo saem fogos de artifício e tudo vira... pó! Simples assim. E quando o fogo começa a subir, chegam os bombeiros para controlar. No caso do vídeo, estávamos no porto, vendo tudo pegar fogo, e quando acabou, começou uma correria absurda. Por um momento, achamos que algo tinha saído do controle, até ver que era um dos barcos que vinha até o cais molhar as pessoas que assistiam ao espetáculo (no final do vídeo, é possível ver adultos correndo e crianças pulando de alegria). Nas fogueiras que ficam no meio das ruas, é nesse momento que muita gente tira a roupa, fica de biquini e começa a cantar: Bombero maricón! (algo como "bombeiro bichinha"). Tudo ensaiado, para que os bombeiros joguem água em todos. Quem é desavisado, como os turistas portugueses que conhecemos no trem de volta, ficam molhados dos pés à cabeça. E a escultura tão legal da Amy Winehouse virou isso:



Vale dizer que antes de toda a festa e do fogo que tomou conta da cidade, paramos pela primeira vez em uma lanchonete bonita por onde passámos todos os dias. E foi lá que, pela também pela primeira vez, comemos as famosas "tapas" (também chamadas de "pinchas"). Existem algumas variações para as tapas espanholas, mas no caso dessa lanchonete, era o seguinte:

Você poderia entrar e pedir as tapas frias ou esperar os garçons que passavam com as quentes. O preço variava entre €1.25, €1.50 e €1.90. Era só pegar o que quisesse e, no final, o garçom conta os palitinhos do seu prato para ver quantas você comeu. Essas tapas eram pedaços de bisnaga cortados e espetados com coisas em cima: linguiça com tortinha de cebola, nuggets, espetinhos de carne, asinhas de frango... basicamente qualquer coisa em cima de um pedaço de pão (mais ou menos como certos rodízios de pizza no Rio de Janeiro). Mas algumas são mais elaboradas, como um barquinho de pimentão com creme de peixe picante. Comemos muitos palitos, ficamos satisfeitos e a conta deu €35 euros no total, para quatro pessoas (eu, Mina, minha mãe e Camila, nossa amiga brasileira daqui - menos de €10 para cada um). Jantar típico e ainda sai em conta!

Chegando na estação de trem, sentamos e esperamos o nosso, com destino final a Benidorm (nossa estação chama-se Creueta). E qual não foi a nossa surpresa ao nos deparar com o seguinte outdoor (sem nada escrito):



Safadinhos esses espanhóis! Imaginem isso em tamanho natural - do chão ao teto da estação. E o mais incrível é que ninguém dava a mí-ni-ma. Imagina isso no Brasil! Achei muito interessante, principalmente porque talvez não levem muito para o lado sexual, apenas a beleza do corpo. Ou será que levam?

Enfim... no trem de volta para casa, lembramos dos tempos de aperto no Rio: a lotação era máxima porque o último trem da madrugada era 1h37. Mas, mesmo no aperto, fizemos amizade com uma chilena que contou uma história emocionante de imigração que a fez chorar (basicamente, ela abandonou a primeira filha para trabalhar como imigrante na Austrália, depois disse que teve uma filha australiana e abandonou também porque agora mora na Espanha com o terceiro marido, e como ela sente falta das netas, nos encontramos diante de uma novela chilena sobre imigração diante dos nossos olhos apertados entre as bundas das pessoas - porque a gente sentou na escada enquanto os outros ficavam em pé). E em meio ao aperto, o casal de portugueses já mencionado se tornou os melhores amigos de infância da minha mãe. E assim fomos para casa conferir o resultado da loteria especial de São João - €15 milhões + €6 mil por mês durante 25 anos! Ainda não foi dessa vez...


domingo, 21 de junho de 2009

Atrás do bloco só não vai quem já morreu

Ontem, fomos conhecer as famosas Hogueras de San Juan, uma festa super tradicional da Espanha cujo sentido ainda não entendemos por completo. O que vimos até agora é que montam estátuas gigantes que representam seres no estilo Walt Disney. Tem de tudo, do rei Lear de Shakespeare a Amy Winehouse.


A cidade de Alicante estava linda, com arcos de luz sobre sua avenida principal, providencialmente fechada para carros e absolutamente LOTADA. Parecia reveillón no Rio. Com a diferença de que, no meio da multidão, haviam algumas áreas isoladas com festas particulares. Isso é muito comum na Espanha: as festas tradicionais são patrocinadas pela população . Em troca, as famílias ganham o privilégio de ter uma mesa em um espaço fechado onde acontecem shows e a comida e a bebida são, em geral, liberados. Quase entramos em um, por ingenuidade, e logo fomos expulsos pelo segurança gigante que falava: "és privada, és privada". Eu achei isso muito estranho porque fica um monte de gente do lado de fora olhando o show que está acontecendo dentro do "cercado", enquanto, do lado de dentro, algumas poucas pessoas dançam sozinhas e tristes (interpretação minha, é claro).


Depois que cansamos de assistir à festa alheia, resolvemos ir em busca das boates para nossa própria diversão. Entramos em duas ou três ainda vazias e vagávamos desorientados quando ouvimos um som conhecido: aquele famoso barulho de batucada, que todo carioca que se preze adora. E sim, lá estava ele nos esperando para começar. Encontramos um bloco de carnaval perdido em uma festa junina espanhola. Na verdade, ele não estava nem um pouco perdido, foi contratato por uma boate para divulgar a festa que deve estar acontecendo neste momento. E que divulgação! Por onde passava, carregava mais gente. Mesmo os que não iam atrás do bloco ficavam olhando com cara de bobo feliz e balançavam qualquer parte do corpo onde encontrassem gingado. Dá uma olhada na pinta do pessoal que ia junto distribuindo panfletos:

Seguimos esse pedaço de carnaval enquanto fez sentido e ele nos levou até a maior surpresa. Lembra que falei do reveillón do Rio? Não tem como relacionar com outra festa aquilo que encontramos: a praia de Alicante tomada de pessoas. Perguntamos e todos nos responderam que era para beber antes de começar a festa. Só que aí já eram 3 da manhã e imaginamos que ninguém ia mais para lugar nenhum, a festa era ali mesmo. Bebem na praia porque, teoricamente, é proibido beber na rua. Talvez isso tenha sido real em algum momento, a ponto de se criar a tradição de se fugir para a praia. O fato é que ontem não só eu como diversas outras pessoas bebiam pelas ruas sem nenhum tipo de constrangimento.

Resultado da noite: Mais amigos, mais contatos de messenger, eu indo conhecer umas escadarias infinitas que dão para uma vista incrivel de Alicante (esqueci de tirar fotos, mas pretendo voltar para registrar), enquanto o Phil comprava água no 24 horas. Porque, agora que eu tenho celular, podemos arriscar pequenas separações de meia hora...

Vejam mais fotos da festa:





Ps: Assim que eu souber a razão destas estátuas explico para vocês.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Les jeux, le sexe, le français et l'alcool

Bom, eu estava esperando a Mina escrever aqui, para não monopolizar o blog. Mas como ela está há dias dizendo que vai escrever e não escreve, decidi eu mesmo tirar o pó disso aqui e escrever. E o melhor é fazer um pequeno resumo dos últimos dias.

A Mina já tinha reparado que havia uma exposição aqui em cartaz no Marq (Museo Arquiologico de Alicante), chamada "La Belleza del Cuerpo". E um amigo que fizemos aqui, Angél (repitam comigo a pronúncia: ân-rélllll, nada de "endiel"), nos deu a dica de que o mais legal da exposição era ver o Discóbolo. Assim fomos e assim nos decepcionamos. A exposição era bem meia-boca, apesar o museu ser interessante e os atendentes muito simpáticos (e a entrada, 3 euros). E o tal discóbolo era realmente a grande atração, já que ficava em cima de uma luz no meio de uma sala em um palco com uma mini-arquibancada para quem quisesse ficar o dia todo contemplando.



Loucuras à parte, o dia continuou conosco conhecendo uns pubs de rock (a cara do Fabio) com nossos amigos alternativos do post aqui de baixo (na verdade, o Roberto e umas amigas dele que ainda não conhecíamos). Nesse dia, aliás, aconteceu uma situação bem engraçada envolvendo o "Moulin Rouge", meu filme preferido, mas é impublicável. E por falar nele, no dia seguinte encontrei uma versão de luxo dupla por 6 euros. Vantagens da Europa (para dar raiva à Marie Carazza, que não gosta quando publico os preços).

E graças a esse consumismo, a Mina, que já era quase uma alcoólatra, está a ponto de se viciar em jogo também. Peço que todos me ajudem, pois se essa mulher perder o controle, eu a coloco no avião de volta para o Brasil. Isso tudo porque ela, que não é boba nem nada, topou jogar pôker com meu irmão e os amigos dele. Resultado: saiu da mesa 25 euros mais rica.


No dia seguinte à noitada regada a jogos e... bem, a jogos... o que fazer? O cansaço impedia que nossos corpos fossem a discotecas e ficamos sabendo que havia uma festa na Villa em homenagem à Virgem Maria. Decidimos arriscar, já que o chefe da minha mãe nos deu dois tickets para beber algo de graça. Chegando lá, parecia uma miniatura da Exposição Agropecuária de Petrópolis (quem já morou lá, sabe do que falamos). Era um mini-parque, com barracas de bebida e comida. E um palco com umas mulheres dançando alguma coisa tipo...



A cena meio patética depois deu lugar a um humorista valenciano que fazia piada sobre catalão. Ou seja: não entendemos nada. Atrás da gente, umas francesas bêbadas faziam piadas com a rainha (La Reina) da festa. Achamos bem legal o fato de La Reina ser uma cinquentona. Mas depois percebemos que ela foi eleita porque as outras concorrentes não tinham menos de 90 anos.


A noite parecia fadada ao fracasso, não fosse a ideia da Mina de ir ao chiringuito da Playa de Los Estudiantes. E no meio do caminho, percebemos que estávamos sendo seguidos... pelas francesas borrachas (bêbadas)! Elas perguntaram em um espanhol totalmente "afrancesado" se sabíamos onde era a praia. Claaaro que francesas em VillaJoyosa sabiam onde era a praia. Assim, na nossa simpatia brasileira, dissemos que sim, que estávamos indo nesse caminho. Elas perguntaram se conhecíamos algum bar e respondemos que sim, era exatamente o nosso destino. E assim fomos.

E entre as três francesas bêbadas, estava Florian (repitam: flô-rri-ân), um francês ruivo de cabelos cacheados, recém-formado em Comunicação, prestes a ingressar na especialização em fotografia. Inteligente, culto, sóbrio, francês, fotógrafo e falando em espanhol, Florian passou a noite em papos-cabeça conosco, enquanto as francesas se revelaram bêbadas ciumentas e grosseiras. Ainda assim, a noite acabou em um "Eu Nunca", ou "I've Never" ou "Yo Nunca" ou ainda "Je N'ais Jamais", proposto adivinhem por quem! O objetivo do jogo, claro, foi alcançado graças a uma pergunta proposta por Florian. E a volta para casa foi muito mais feliz.

A noite parecia acabada quando as francesas bêbadas decidiram pular a grade de uma casa alheia e às escuras para descobrir o que estava debaixo de uma tampa em uma espécie de barril de madeira com um controle. Era uma jacuzzi. Elas entraram. E a gente esperou. Depois de rir e se banhar na casa alheia, decidiram sair e deixaram a jacuzzi destampada e ligada. Sob protestos desesperados da Mina ("gente, eles vão gastar uma fortuna de luz, é sacanagem isso!"), Florian entrou na casa só para fechar e desligar. Não satisfeitas, elas decidiram voltar. E riram. E se banharam. E o vizinho viu. Assim, elas saíram de biquini correndo e novamente a jacuzzi ficou aberta. E assim, Florian, mais uma vez, entrou calmamente, fechou e desligou. Foi o que bastou para a Mina chamá-lo de gentleman (na falta da palavra em francês ou espanhol) e provocar o ciúmes da amiga que praticamente impediu que nos aproximássemos deles até chegar em casa. Mas não tem problema: o convite final feito por ele já valeu a pena. Mas isso é história para o blog no futuro...

Hoje, um jantar delicioso comemorou meu aniversário com nossos amigos paulistas que moram em Elche e vieram aqui em casa especialmente para isso. Ganhei roupas lindas e rimos muito. O aniversário mesmo, nessa terça, vai ser em Alicante, mas é tema para outro post. De todo jeito, pela primeira vez, ganhei feliz cumpleaños.

* Em tempo: viagem para Madrid marcada para o dia 2 de julho! Passagens compradas e albergue reservado! O blog vai bombar!

* Nota da Mina:

Há detalhes não ditos:

- Eu não só saí 25 euros mais rica como venci o jogo!
- O tal do francês é provavelmente o homem mais bonito da Europa. Fotógrafo é óbvio.
- A exposição comentada é fraquinha, mas no mesmo museu vimos a exposição permanente sobre arqueologia que, apesar do excesso de vasos, foi legal.
- Tá muito quente aqui! É calor de mais de 35 graus com o ar absolutamente seco!
- Os amigos paulistas NÃO SÃO DO INTERIOR, como eu havia dito anteriormente, desculpe-me Patrícia.
- Sim, eu sou uma preguiçosa e admito.

domingo, 7 de junho de 2009

Un poco de castellano para vosotros...

Hoje, nossos intrépidos viajantes farão seu primeiro post juntos. Decidimos listar o que temos visto de mais frequente, mais comum (e incomum) aqui na Espanha, para vocês acompanharem melhor um pouco do que estamos passamos.

Palavras mais usadas:

- Cariño
(é como "amor", "meu bem", "querido")

- Quedar
(a tradução é "ficar", mas usam em algumas frases com significado parecido)

- Vale
(a pronúncia é "bale" e é equivalente ao nosso "tá" ou "ok" ou "aham", mas usado em perguntas também)

- Tío / Tía
(é equivalente a "cara", como no último Exterminador do Futuro onde eu e Mina gargalhamos ao ouvir, dublado, o protagonista dizer: "necesitamos encontrar ese tío")

- Cita
("compromisso" ou "encontro" - mas a gente ouve mais porque somos viciados em seriados)

-
Empezar
("começar")

- Listo
("pronto")

- Pronto
("rápido")

Expressões mais comuns:

- "No pasa nada"
(é o mesmo que "não tem problema", usam o tempo todo - é muito legal!)

- "Me dá igual"
("dá na mesma", "tanto faz")

- "Hasta luego"
(apesar de existir, ninguém diz "tchau" e sim "hasta luego", que no comum já virou "taluego" ou "talogo")

- "Meteu la pata"
("fez merda", "enfiou o pé pelas mãos")

-
"Encantado" ou "Encantada"
(falam do lugar de "prazer em conhecer")

* Vale registrar que "oi" é "¡hola!" e "tudo bem" NÃO é "todo bien?" como o Phil costumava falar, e sim "¿como estás?" ou simplesmente "¿bién?"

Generalizações:

Temos a impressão de que:

- Todos os cachorros são simpáticos - e todos os donos de cachorro também!
(Comentário do Phil: exceto um cachorro nanico de madame que avançou em mim na porta do supermercado)

- Todos os bebês são lindos

- Existe uma fixação por "Ilariê"

- Tudo custa, no máximo, 1 euro
(O que custa 2 euros já é caro)

- Nenhuma espanhola tem celulite

Situações inusitadas:

- Homem que acabava de chamar uma menina de bitch (porque ela não deu confiança quando ele quis chegar nela) pergunta para o Phil: "¿Estas indo para casa?"
Phil: - ¿Qué?
Homem: - Are you going home?
Phil: - No...
Homem: - Ok


- Mina vê homens e mulheres vestidos de coelhinhos, com orelha e rabo:
Mina: - ¿Por qué? (apontando para a orelha)
Coelhinho: - ¿Por qué no?


- Mina compra uma garrafa de sangria na loja 24 horas. Vendedora olha para Mina e diz: "Esconde a bebida na bolsa, por favor". Mina pensa: "Será que ela me acha tão legal que quer que eu roube da própria loja?". Phil pergunta: "¿¿Qué??". Vendedora responde: "Esconde a bebida porque a polícia proíbe que se venda álcool depois das 22h".

Lembramos que estamos na Espanha quando:

- Lemos "tal vez" e "por tanto", assim mesmo, separado

- Percebemos que só precisamos pagar o trem se formos honestos
(na maioria das vezes, o fiscal não entra para comprovar quem comprou o bilhete e não há roleta)

- O trem chega, no máximo, com um minuto de atraso e todas as estações avisam a que horas o trem vai chegar (e você pode enviar uma mensagem no celular e receber o horário do próximo)

- Vemos homens com cabelos muito mal cortados (arrepiados em cima com "mullets" atrás) e mulheres com cabelos cheios de "gosmas", como gel, espuma, etc (mais frequente em uma cidade pequena como a nossa)

- Saímos à noite e gastamos menos de dez euros - mesmo bebendo bastante

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Resumo do último fim de semana, em fotos:

Decoração do chiringuito (como eles chamam os quiosques daqui) da Playa de los Estudiantes - fomos na inauguração para o verão, onde cerveja e sangria eram de graça


"¿Por qué no?"


Primeiros amigos de Alicante: Roberto e Raquel



Final da performance da incrível música "La Taza" na danceteria em que estávamos. Confiram a profunda letra desse clássico espanhol (e a tradução ao lado):

Soy una taza (sou uma taça)
una tetera (uma chaleira)
una cuchara (uma colher)
un tenedor. (um garfo)

Soy un cuchillo (sou uma faca)
un plato hondo (uma tijela)
un plato llano (um prato raso)
un cucharon (uma concha)

Soy un salero (sou um saleiro)
un azucarero (um açucareiro)
una batidora (um liquidificador)
una olla express chu chu (uma panela de pressão - tchu tchu)

(Um dia,
quizás, gravaremos a coreografia e mostraremos para vocês!)

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Achados e Perdidos

Festival de cinema é festival de cinema em qualquer lugar. Enquanto não temos cacife (ou euros) para passear por Cannes ou Veneza, fomos ao Festival de Cine de Alicante. E como chegamos tarde, pegamos apenas uma sessão de curtas. A impressão era de que assistíamos a qualquer sessão de curtas que já vimos antes - a maioria ruim, mas com algumas coisas interessantes.


Cansados depois do sétimo curta, acompanhamos as quinze pessoas que abandonaram a sessão antes do fim. E foi aí que percebemos que o último trem de volta para Alicante era às 21h44 (isso muda durante o verão, apenas) e meu relógio já marcava 21h40. A velha e conhecida palavra com "F" veio na cabeça e pensamos na alternativa: la estación de autobuses.

A partir daí, confiei na palavra da Mina de que sabia onde era El Corte Inglés, loja que me servia de referência para chegar na estação. Depois de muito andar, perguntei: "Mina, você sabe para onde estamos indo?" e ela respondeu: "Não... você não sabe?". Eu deveria ter imaginado. E quando questionei: "Você não disse que sabia chegar ao Corte Inglés?", veio a resposta: "Ah é, já tinha esquecido que estávamos procurando...". Ok, estávamos perdidos.

Mas não posso deixar de registrar que sempre achei divertido me perder em viagem. E aí fomos perguntando para velhinhos, rapazes simpáticos com camiseta escrito "Malo" (Malvado), motorista de ônibus no meio do jantar, casal bonito com cachorro fofo... assim encontramos a Domino's, praças, obras, galerias de arte e finalmente... El Corte Inglés. E assim chegamos à estação.

Lá, a única mulher que estava na nossa frente, na fila, passou dez intermináveis minutos reclamando de uma viagem que ela fez onde o motorista pegou no sono e quando, finalmente, pudemos comprar... não havia ônibus para VillaJoyosa mais (o último foi às 19h45)! Duas opções: ir até Benidorm, cidade vizinha, para pegar um táxi (que daria 10 euros, já que não havia mais trem de lá) ou esperar meu irmão sair do cassino onde ele trabalha, já que ele voltaria de carro. Decidimos pela segunda, fomos avisá-lo e aí ficamos sabendo que ele sairia às... 4h30 da madrugada! A palavra com "f" voltou à cabeça. O que fazer?

Como diz o pai da Mina, o James... esbórnia! É claro! E lá fomos nós para o já conhecido El Barrio (vide post anterior), comprar bebida no 24 horas e nos esbaldar nas 3 danceterias abertas e no pub mais bombante de Alicante, o "Desden", onde cerveja + batatas fritas "deluxe" (um tipo diferente, onde a batata é mais gordinha e frita com casca e farinha) custam simpáticos 2 euros.


Assim descobrimos que a noite nos dias de semana é formada por franceses, italianos e ingleses, ou seja... turistas! Apesar disso, dessa vez, nada de "Ilariê" e sim pop americano revezando com músicas espanholas com as pessoas gritando "Olé!" e dançando a rigor. Mas eis que uma música chama a atenção... era em português com refrão em espanhol. Olhando no Google, descobri ser da... Luka! Aqueeela mesmo, do "Tô Nem Aí".

E foi aí que decidimos que só voltaríamos ao Festival na sexta e no sábado, quando poderíamos aproveitar os longas de terror, tema do Festival de Cine de Alicante desse ano, e depois sair para dançar com mais opções, como na semana passada. Enquanto o verão não chega, quando há trens na madrugada, a solução é esquecer da hora e dançar até o dia nascer feliz.